Depois de muito, assisti ao filme ganhador do Oscar. Como longa, achei incrível. Como entretenimento, falhou. Porque depois que ele acabou, eu fiquei horas completamente envolvida nas ideias implantadas durante o tempo de tela. Nunca mais fui a mesma.
Ah Lugana, então teve entretenimento! Se você chama aquele emoji que a cabeça explodiu de "pessoa entretida", então teve sim.
Senhoras e senhores, eu estou noiada tentando fazer algo da vida, e também não fazer nada, porque a arte mais uma vez me lembrou que nada disso aqui importa. Algumas das pequenezas materiais do mundo em que vivemos, não importam. E a beleza da vida é que algumas dessas mesmas pequenezas, são justamente o que faz toda a diferença para o nosso tempo de qualidade.
Não sei se acontece com você, mas sempre que eu passo por cima das nuances de tudo o que eu sinto e penso, eu acredito que vou assumindo uma forma plastificada por dentro, e então me sinto morta. Ai me culpo, e lembro que estou viva. Afinal, os mortos não sofrem pelo que deixaram de dizer e fazer, não é? Então aí eu tenho certeza.
Se você não me conhece aqui do blog, deve estar achando o texto confuso. Se você já leu algum texto, deve ter a mesma sensação. Hoje Lugana está confusa. Estou mesmo! Na vida. E a minha cabeça reflete sobre a loucura que me invade, o meu texto expõe esse mistão para vocês e eu reforço, acho que tem muita gente vivendo o mesmo que eu agora.
Pode ser a lua, podem ser os signos em trânsito, pode ser também a idade do sucesso que se aproxima, pode ser a covardia que experimento por não conseguir me aventurar tão facilmente por caminhos onde já fiz muitas cicatrizes, pode ser porque estou sem dinheiro, tudo pode ser, inclusive nada.
Essa semana um amigo me indicou o conteúdo de uma médica que é especialista em cuidados paliativos, e valeu muito a pena ver e ouvir aquelas palavras. A primeira coisa que ela disse foi que a coisa mais importante da vida é o tempo. Eu concordo com ela até, mas acho que cada um chama esse tempo como lhe parece mais agradável. Tem gente que chama o tempo de gratidão, de gentileza, de amor, de fé. Sabe? A verdade é que existem aspectos muito duros da vida. E ao longo dela nós vamos juntando as palavras, os amigos, os sorrisos e tantas outras coisas, como se fossem lençóis e travesseiros, queremos ficar confortáveis. Não tem muita gente legal por aí, cada um está vivendo suas próprias guerras internas (e externas também), então você precisa tentar garantir por você a quantidade necessária de conforto, para gozar sempre que possível.
Mas a verdade chata é que até pra ficar quietinho no seu canto, precisa coragem, e essa palavra mágica está diretamente ligada ao seu comportamento. Você vai precisar agir, interagir, e talvez se relacionar com algumas pessoas. No trabalho, na casa, na chuva, na fazenda, no banho, sabe? A moça dos cuidados paliativos também disse que, o lance de lidar bem com o envelhecimento está diretamente ligada ao quanto de boas relações você acumulou antes de alcançar a linha de chegada.
Ela lançou perguntas e eu deixo aqui para pensarmos: você tem alguém para quem você pode ligar de madrugada para te levar ao hospital? Alguém tem você para essa mesma função? Se você tiver dois nomes para essas respostas, a moça disse que está tudo bem.
Hj posso dizer que ta tudo bem. Ha dias que tb acho que não, pq as pessoas nos decepcionam d+ (me inclua nessas pessoas). Amanhã desejo ter alguém para ligar ma madrugada e pedir socorro, mesmo que seja aquela pessoa que posso contar pra isso, mas que não ache mei aniversário importante, nem as minhas celebrações compromisso dela, pq ela não ta afim. Se não tudo bem. Hj tem rede social, se não tiver algum amigo carnal, grito na rede social e logo aparece um amigo virtual e me socorrer. Gratidão por escrever coisas que as vezes ainda não sabemos falar.
Uma colega de trabalho me mandou esse link no zap. “Nossa, que texto” foi o que pensei e sorri no final 😊 Está tudo bem comigo. Ainda bem!