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Filosofia e jogos de tênis me excitam

Pense o que verdadeiramente te excita, depois aproveite a leitura!

Leandro Villa e Lugana Olaiá | Foto: Vanessa Aragão

Essa semana, depois de ir ao teatro e terminar as temporadas finais de duas séries que mexeram muito comigo, fiquei me perguntando: “o quanto eu permito que a arte crie uma onda nova dentro de mim?”.


Reconheço que eu tenho uma personalidade sempre em busca de me conter, me controlar. Essa característica está presente em tudo o que eu faço e, aqui neste espaço, tenho aprendido - com Adriele - a me afastar dessa opressão. Isso acontece justamente porque eu sei que “se eu me espalhar, vai dar trabalho para juntar”. Sabe comé! (Pegou a referência do carinha que mora logo ali?)


Na mesma sequência de pensamentos, eu pensei se vocês conhecem aquelas pessoas não são suscetíveis à hipnose. Dizem que são apenas 2% das pessoas do mundo. Eu faço parte da outra porcentagem. Eu viajo mesmo dentro da minha cabeça e posso ficar meditando sobre uma nova forma de vida ou uma fanfic durante um bom tempo.


E, nesse aspecto, é muito bom se deixar levar pela arte porque a gente consegue parar de querer controlar e conter quando olhar de fora nos dá a impressão de que aquilo não é sobre nós.


Mas tudo o que nos afeta e impacta no mundo É SOBRE NÓS MESMOS! Aí, quando eu saio do transe, faço todas as conexões cerebrais com a minha vida e quero reorganizar as prateleiras. Só que a essa altura eu já estou em conflito, querendo arrumar para me manter no controle. Justamente porque tive a visão de uma fresta da minha vida sem medo, sem vergonha, sem culpa e fiquei apavorada.


Talvez esse texto tenha muita viagem e seja difícil de entender.


A mensagem de hoje é um recado para mim mesma: eu preciso me libertar para voar mais longe. Eu preciso deixar que tudo o que eu sinto e penso vire realidade palpável e seja transformado em beleza viva. Só dentro da minha cabeça é tudo bem bonito, mas não abraça a gente se não tiver vida. E sempre que dou as mãos aos meus projetos artísticos, eu sinto que posso expandir meus significados, minhas traduções, meus amores e meu encanto.


É muito menos arriscado escolher uma armadura revestida de pele humana. Andamos disfarçados de pessoas reais e nos escondemos nas camadas dessa vestimenta. Funciona muito bem para não ser ferido. Também te endurece os membros, seus músculos não tocam ninguém do lado de fora e, com o tempo, você esquece como era ser uma pessoa real. Os desdobramentos da sua vida têm uma grande e intensa ligação com o quanto de verdade tem nas suas escolhas. Todo mundo sabe disso. E, mesmo assim, a gente sabota o baba. A gente se boicota legal.


Eu assisti Ruptura na Apple TV e terminei a última temporada de Insecure na HBO Max.


Pessoal! A gente precisa da arte o tempo inteiro para nos obrigar a refletir exatamente como um espelho. Exatamente como fazem Oxum na face do rio e Iemanjá na luz do mar.


- O que é, Lugana? Misturando série de tv com orixá?


Gente, eu estou falando da vida. A vida e a possibilidade de viver está em tudo. Está para todos. Ateus e religiosos, quem vê série e quem vai ao terreiro. Ainda bem que eu faço os dois, funciona para me alertar como alarme de incêndio.


E aí, eu te respondo: É bem verdade que ninguém reinventa a roda, mas ela existe faz tempo e ela segue girando. Isso me faz pensar que a gente não precisa fazer coisas mirabolantes para viver. E como diria meu amigo Bruno (meu irmão), é um bom e saboroso "suco de clichê".


Você tem que cuidar de você, da sua alimentação, sua saúde, sua cabeça. Você vai precisar cuidar do seu entorno, das suas relações de trabalho, vai precisar cuidar do seu lixo, da sua limpeza. Vai precisar olhar para você com empatia, cuidar de dores e feridas antigas na infância e na adolescência. Vai precisa olhar pra trás, voltar ao início e recuar para avançar. Isso é sankofa! E tudo isso me compõe.


Na fase adulta também acontece muita coisa e precisamos encontrar um método de compostagem para cuidar dos restos orgânicos que insistirão em ficar presos nas gargantas, no peito, no estômago. Vamos precisar reciclar e fazer algo novo, totalmente sustentável e cheio de vida. Para, então, continuar o nosso caminho.

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