Alfazema que banha meus pensamentos, me leva pra uma saudade tão próxima e tão distante. Escrever tem sido necessário, mas nunca possível! Que saudade tenho da obrigatoriedade de traçar os desleixou da vida quinzenalmente as quartas-feiras. E eu, que nunca pensei que poderia ser capaz de estabelecer essa necessidade e desejo de conectar mundos linearmente através de colunas em revistas.
Saudades de como as palavras saiam, poeticamente profundas. Remexiam o baú das memórias, limpava ou cutucava feridas, curava aquilo que nem eu sabia que ainda minava. Dengar pessoas, através das telas frias e possibilitar que afetos sejam semeados.
Era eu, criança, adolescente, adulta. Era palavreado transbordante, possibilitando caminhos e vidas. Narrando carinhos e ciclos, conectando histórias e sorrisos, flertando com dores e amores. Éramos nós, sendo donos de nós. Era cozinha da casa da tia, com falatórios e gargalhadas, era colo de vó e abraço de prima, era afago e puxão de orelha de amiga-irmã, era traquinagem de criança, era olhar afetuoso de um desconhecido no meio da madrugada. Eram sonhos verídicos de um futuro possível.
Era palavra-poesia.
Palavra-vida.
Palavra-caminho.
Palavra-raiz.
Era... saudade.
Agora... retorno.
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